quinta-feira, 7 de junho de 2007

Economia Euclidianasegunda-feira, 27 de novembro d...

Economia Euclidiana
segunda-feira, 27 de novembro de 2006 19:24

Cara Patricia, assim como nós arquitetos conhecemos mais de uma Geometria, os economistas também têm acesso à outras Economias.
Orgulhosamente apresento-lhe a Euclidiana, do nosso amigo e arquiteto Euclides Oliveira que, como eu, não quer deixar nada pra lá e se puder vai tentar trazer pra cá tudo que, outrora, foi pra lá, if you know what I mean...
Abs e boas economias!
Pitanga

----- Original Message -----
From:
atendimento@euclidesoliveiraarquiteto.com.br
To:
Pitanga do Amparo ; Arq. Patricia Bertacchini
Sent: Monday, November 27, 2006 5:49 PM
Subject: Re: Fundamental my dear Watson

Patrícia, o liberalismo de Milton Friedman dá ao capitalista liberdade para tudo, para pagar salários indignos, terceirizar a mão de obra para evitar encargos trabalhistas, utilizar trabalho infantil, especular com "commodities" e com capital financeiro, tudo isto sem a interferência do estado, que foi devidamente "desregulamentado" para melhor servir-lhe. Nosso colega, o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim escreveu há alguns anos, em um artigo na imprensa de SP, que o neoliberalismo não significou a vitória do Capitalismo sobre o Comunismo mas sim do Capital sobre o Trabalho. Veja a prova disto no mundo de hoje: o desemprego estrutural, a queda do Welfare State, a emigração desesperada dos "sem esperança" dos países do 3º mundo para a Europa e os EUA, veja nossas meninas prostituindo-se para estrangeiros, o aumento inevitável da criminalidade...Cito a seguir um trecho de uma conferência do prof. Henrique Rattner, que não é nem petista nem comunista, é apenas (?) um humanista:
[...A crise atual (a qual nos levou o neoliberalismo) é de âmbito global e tem raízes sistêmicas. Ela afeta não somente aos pobres, os desempregados, os sem-terra, mas também aqueles que conseguem manter seus empregos, embora com salários e direitos trabalhistas declinantes. A polarização social entre uma minoria rica, poderosa e com acesso à informação, e uma imensa maioria desprovida do essencial, tem sua origem nos mecanismos de acumulação do capital, cada vez mais concentrado e monopolizado (leia-se: desregulamentado).Manipulada pelos tecnocratas a serviço dos donos do poder, a política econômica e financeira não foi capaz de gerar os recursos - seja via exportação, seja via privatização e desnacionalização de empresas - para saldar os compromissos com os credores externos e internos.
O sistema produtivo nacional foi gradualmente desmontado e pauperizado, enquanto aumentavam as remessas ao exterior, a título de pagamento de juros, "royalties e dividendos. Completa esta dança macabra, a fuga de capitais para os paraísos fiscais no exterior, transformando-se em riqueza morta.
A título de exemplo apenas, já nos anos oitenta, o falecido presidente da França, François Mitterrand, recusava-se a conceder ajuda financeira à Argentina, afirmando que o equivalente de sua dívida estaria depositado em bancos no exterior...]
Não tenha dúvidas, Patrícia, o que nossa elite burguesa amealhou, muitas vezes ilegalmente e quase sempre explorando o "outro", nestes anos de neoliberalismo patrocinados pelo Collor e pelo FHC, e depositou em gordas contas no exterior, daria para pagar várias vezes a nossa dívida externa, sem falar em reduzir um pouco o fosso entre as classes; e você ainda acha que o "profeta" que patrocinou intelectualmente esta imensa injustiça social, esta miséria que assola o nosso país e o mundo, em geral, um grande homem? Tenha dó...
Declaro também que não sou comunista nem como criancinhas, sou apenas um velho socialista que gostaria de viver em um mundo mais justo e solidário. E sem gente da laia do Milton Friedman.
Cordialmente,
Euclides Oliveira.

----- Original Message -----
From:
Arq. Patricia Bertacchini
To:
Pitanga do Amparo
Sent: Monday, November 27, 2006 3:57 PM
Subject: Re: Fundamental my dear Watson

Desculpe, Pitanga.
Tenho formação em economia sim (por favor, é muio incauto afirmar sem checar), minha tese de doutorado em arquitetura é em Desenho Urbano (já que sou arquiteta), com foco em economia-política (redes), e tenho estudado estes conceitos há muito tempo. E lido textos práticos e filosóficos sobre o assunto.
Tenho trabalhado com projetos na China, o que levou a estudar o assunto, e relações com o estado comunista. Vejo, sinceramente, grandes distorções na forma como Gowans define estes conceitos.
Mas minha opinião é apenas a de alguém que luta pela visão des-preconceituosa da realidade. Deixa prá lá.
Abraços,
Patricia.

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